Sei que não deveria, mas eu ainda sinto o seu cheiro no travesseiro. E é tão doído perceber que o calor da minha cama não é o mesmo: há uma metade fria: o lado esquerdo – também no meu peito.
Não podia imaginar que sua ausência me faria perder os sentidos. E é tão sem sentido esse me perder. Foram muitos os [não] amores que arquitetei. Construí tantos casamentos sombrios: cada casa um mausoléu.
E eu juro que, diariamente, engendro uma tentativa: ensaio uma nova despedida para não mais doer. Mas, toda manhã, por debaixo da porta, vão me acordar: o aroma do café e a música do Roberto.
Sento à mesa com saudades de você e nossos dramas. Tento inutilmente ter poderes de cigana e certificar-me da sua volta no fundo da minha xícara.
E não há mágica que possa.
Palavras por Ana Luisa Lima.
Imagem por Marcos Vasconcelos.
Um comentário:
Que lindo! Não é que ela tem mil e um talentos?
Adorei, vou ficar dando uma passada aqui e adicionei o link lá no meu word press. beiju
e viva o roberrrto! \o/
Postar um comentário