Figura
Escolhemos um lugar escondido, debaixo de uma árvore frondosa à beira do rio. Cavamos com nossas próprias mãos. Quebramos as unhas. Enterramos. Sujos e cansados, deitamo-nos em cima. Um jazigo sem lápide - para um amor enterrado vivo. Sangramos.
Deitados e de mãos dadas. Esperamos. Imaginamos o tempo necessário para aquela morte (in)adequada; a areia negra entrando pela garganta. O amor deveria morrer sufocado, em agonia. Nós fingimos calma - frieza de assassinos.
Ajudamo-nos a nos levantar com gentileza - sem coragem de olhar: olhos-nos-olhos. Tomamos nossos caminhos. Antagônicos.
Por culpa ou solidão, eu ainda volto ao lugar. Choro sem saber se o amor morreu, ou se alguém descobriu em tempo nossa loucura... Virei refém.
Visito o jazigo com flores – jasmins – e esperança inútil. Há muito que não passo nem perto de sua janela... Pra quê?
Palavras por Ana Luisa Lima.
Imagem de Marcos Vasconcelos.
Escolhemos um lugar escondido, debaixo de uma árvore frondosa à beira do rio. Cavamos com nossas próprias mãos. Quebramos as unhas. Enterramos. Sujos e cansados, deitamo-nos em cima. Um jazigo sem lápide - para um amor enterrado vivo. Sangramos.
Deitados e de mãos dadas. Esperamos. Imaginamos o tempo necessário para aquela morte (in)adequada; a areia negra entrando pela garganta. O amor deveria morrer sufocado, em agonia. Nós fingimos calma - frieza de assassinos.
Ajudamo-nos a nos levantar com gentileza - sem coragem de olhar: olhos-nos-olhos. Tomamos nossos caminhos. Antagônicos.
Por culpa ou solidão, eu ainda volto ao lugar. Choro sem saber se o amor morreu, ou se alguém descobriu em tempo nossa loucura... Virei refém.
Visito o jazigo com flores – jasmins – e esperança inútil. Há muito que não passo nem perto de sua janela... Pra quê?
Palavras por Ana Luisa Lima.
Imagem de Marcos Vasconcelos.
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